A displasia coxofemoral de cães foi definida por Alexander (1992) como doença biomecânica representada pela disparidade entre massa muscular primária e rápido crescimento ósseo. Para Arnbjerg (1999), a displasia coxofemoral (figura 1) é uma síndrome relativa ao desenvolvimento músculo-esquelético anormal, causada primariamente por predisposição genética, mas com ação de outros fatores como rápido crescimento, exercícios intensos, constituição alimentar e ambiente em que vive o animal.
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Figura 1: Cão com displasia coxofemoral.
Segundo Ferrigno et al. (2007), uma das hipóteses mais aceitas é a de que cães acometidos nascem com articulação normal e, devido a fatores genéticos, forças musculares não são suficientes para manter a cabeça do fêmur no acetábulo, causando o “cansaço” da articulação coxofemoral (figura 2) e, consequentemente, a degeneração da cartilagem (sem inflamação), com posterior doença articular degenerativa (Numamaker et al. 1973, Alexander 1992).
Figura 2. Esquema comparativo da displasia.
A displasia afeta todas as raças de cães, entretanto a maioria pertence à raças de médio porte a gigante, como os labradores, golden retriver, pastor alemão (figura 3), São Bernardo e fila brasileiro. Os gatos também podem ser acometidos!
Figura 3. Cão pastor alemão acometido pela doença.
O tratamento da displasia serve para “amenizar” os sintomas e aliviar as dores no animal, é imprescindível que o diagnóstico precoce seja dado para que a doença seja tratada o mais cedo possível. Em casos de suspeita, consulte um veterinário especializado de sua confiança!
Além disso, existem métodos cirúrgicos para a correção da doença, entretanto, cabe ao veterinário dar o diagnóstico correto e os tutores a tomada de decisão!
Como já citado, diversos fatores podem intensificar os sintomas da doença como o ambiente e a raça, cães com displasia necessitam de pisos que não sejam escorregadios e não prejudiquem sua locomoção. Em raças propensas pode ser realizado um exame radiográfico conhecido como PennHIP (afere a “qualidade” do quadril em cães”).
Referências:
FERRIGNO, Cássio R.A.; SCHMAEDECKE, Alexandre; OLIVEIRA, Leda M.; D’ÁVILA, Raquel S.; YAMAMOTO, Estela Y.; SAUT, João Paulo E.. Denervação acetabular cranial e dorsal no tratamento da displasia coxofemoral em cães: 360 dias de evolução de 97 casos. Pesquisa Veterinária Brasileira, [S.L.], v. 27, n. 8, p. 333-340, ago. 2007. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-736×2007000800003.
Saiba mais sobre a displasia coxofemoral em cães! (2019). Disponível em: https://www.shopveterinario.com.br/blog/displasia-coxofemoral-em-caes/
SANTANA, L.A.; RAHAL, S.C.; ESTANISLAU, C.A.; LORENA, S.e.R.s.; MACHADO, V.M.V.; DOICHE, D.P.; PEREIRA-JðNIOR, O.C.M.. Avaliação radiográfica de cães com displasia coxofemoral tratados pela sinfisiodese púbica. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, [S.L.], v. 62, n. 5, p. 1102-1108, out. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0102-09352010000500012.